A MORTE REPENTINA
Ao caminho de casa, após a minha saída da escola, me encontro em um acidente, onde tragicamente, a menina ao carro da frente morrera. Ela deveria ter por volta da minha idade, uns 16 para 17.
Era véspera de
meu aniversário, e estava de luto, por uma menina que eu nem conhecera, ou ao
menos tive chance. Adoraria poder conhecer melhor, essa tal menina que havia
morrido tragicamente em uma curva muito fechada.
Iria completar 17
anos dali algumas horas¸ e estava a caminho do 3º colegial, e para ser bem honesta, eu não
estava feliz por esse acontecimento, e
também estava bem ressentida pelo
acontecimento do dia anterior.
Minha mãe, com
uma cara de espanto caminhara até o carro a nossa frente, ela estava à beira do
choro, nunca tínhamos visto nada como isso acontecer, e bem agora? Na véspera
do meu aniversario isso vai acontecer?
Aquele carro, que
deveria ter uns 5 anos de uso, agora está estraçalhado, cacos de vidro por todo
o lado, atingido de todas as formas imagináveis. Agora olhava para o banco de
traz, o qual havia uma menina toda ensanguentada, o pai da pobre coitada havia
fugido, não queria levar as consequências.
O clima estava
pesado, de longe conseguia escutar vagamente barulhos de ambulâncias e policias
chegando, esse som só se aproximava, mas não era isso que ocupava minha mente
naquele instante, e sim uma voz, uma suave e tenebrosa voz, que me dizia:
-“poderia ter sido você”.
Alguns dias
depois minha mãe recebera uma ligação de uma mulher, que dizia ser a mãe da
pobre menina do acidente, ainda de luto a mãe dizia que seu marido tinha sérios
problemas com álcool, e que naquele dia ele estava levando sua filha a escola,
pois ela estudava no período da tarde. O pai dela, havia passado a manhã
inteira bebendo, enchendo a cara e brigando com sua mãe. Na hora do acidente
ele havia feito uma curva muito fechada e bem solta.
Após o termino da
ligação, minha mãe havia me dito que a menina tinha a mesma idade que eu, e
iria fazer aniversário no mesmo dia que eu, que miserável não? Morrer na
véspera de seu aniversário.
A mesma voz que
ocupara minha mente no dia do acidente voltara, dessa vez mais grossa e
tenebrosa, estava me dando calafrios, fiquei por uns 5 minutos encarando minha
mãe, ouvindo aquela sinistra frase: -“poderia ter sido você”.